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sábado, 13 de dezembro de 2008

CAPÍTULO XII

Numa das reuniões da Câmara, ao final do ano de 1992, um dos nobres dezenove vereadores, batizado como, o Belo. discursava...
Em dado momento, um ancião resolveu se manifestar contra o que o nobre Edil falava...
O dito vereador trajava terno gelo, gravata com cores berrantes, sapatos negros, muito bem lustrados, enfim: estava impecavelmente bem vestido, como sempre se apresentava...
Edil com muitos anos de Câmara Municipal, o nobre vereador não se conteve, e saindo do espaço destinado aos vereadores, invadiu a galeria e, num gesto insano, esbofeteou o ancião, que contra sua fala se manifestara...
O fato, que deveria ficar como "simples" acontecimento interno daquela Casa de Leis, por conseqüência da tal da Lei da Imunidade Parlamentar (que por sinal, também deveria ser revogada), tornou-se um caso na Polícia... Mas... não deu em nada.
Isso só pode acontecer em cidade que elege, pra representante popular por exemplo, um "Sal de Frutas", outro "larápio de penosas alheias", outro "réu primário" e deixam fora da representação do poder socialistas convictos, incorruptíveis e defensores da vida, da cultura e da cidadania...
Por que será que o tal do "Edil Esbofeteador", não entra na Vila São José, nem com escolta da Polícia Militar?
Minha cidade, queiram ou não os inocentes, gira em torno da Prefeitura Municipal... É uma população de mais de três mil famílias, com regras próprias, vida própria e piadas próprias...


Como estas, por exemplo:

*De certa feita, um fiscal de obras públicas lavrou um auto de infração: um caminhão desgovernado, havia tombado uma árvore em plena via pública. Com a documentação toda legalmente preenchida, a multa foi processada, e remetida ao proprietário do veículo, para os devidos pagamentos aos cofres públicos...
Uma semana depois, uma idosa senhora comparecia ao balcão do Departamento de Obras Públicas, trazendo a multa nas mãos... Foi atendida por um funcionário e logo encaminhada à Chefia...
O caso foi esclarecido rapidamente, e a referida multa anulada...
O dono do caminhão em questão, já há três anos, havia falecido, conforme constava na Certidão de Óbito...
O caminhão, tempos depois, fôra vendido pela velha senhora, como sucata, conforme comprovava a nota fiscal de venda, constando inclusive a chapa do veiculo...
O fiscal, que lavrou o Auto de Inflação, até hoje é solicitado a comparecer ao Cemitério Municipal, pois lá, na campa número tal, um senhor o está esperando, para pagar certa multa, a ele imposta depois de falecido...

*Em certa época, a Prefeitura começou a limpar um grande terreno, com o objetivo de ali, como acabou acontecendo, implantar um novo núcleo habitacional...
Para evitar que invasões fossem feitas ao terreno, o Departamento de Obras determinou que um de seus fiscais para lá se dirigisse, e fizesse o que pudesse, para evitar tais invasões...
Se autodenominando "administrador", para lá se dirigiu o funcionário, com mais de dez anos de casa...
Uma semana depois, estourava a notícia!
O funcionário, juntando algumas folhas de zinco e alguns tapumes, construiu na área, um barraco, e lá colocou sua companheira...
Tornou-se o primeiro invasor do terreno, e por pouco não perde o emprego de dez anos...
É... na Prefeitura da minha cidade tem de tudo... Teve até bolão da loto que sumiu... E há que jure que essa história, teve um "Bom Fim"...

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